[Resenha] Zumbis x Unicórnios - Vários autores
08:15
Nome: Zumbis x Unicórnios
Autor (a): Vários autores
Nº de páginas: 388
Autor (a): Vários autores
Nº de páginas: 388
Nesta antologia, editada por Holly Black e Justine Larbalestier, diversos contos apresentam fortes argumentos a favor de Zumbis de um lado e de Unicórnios de outro. Os argumentos, que incluem tanto pontos negativos e positivos de cada lado, são expostos por renomados autores, entre eles Cassandra Clare, Meg Cabot e Scott Westerfeld, que deixam clara a preferência por um time ou outro.
Sou apaixonada por unicórnios. Acho que são criaturas
majestosas, poderosas e subestimadas. Muitos pensam em unicórnios como seres
fofinhos, com crinas coloridas que passeiam em arco-íris. Eu, por outro lado,
acredito que os unicórnios são criaturas fantásticas, com seu chifre que possui
poder de cura e, assim como é capaz de curar, pode usá-lo para matar também.
Pode ter parecido que escolhi um lado, mas honestamente,
também adoro zumbis. São seres sem piedade que se arrastam pelo mundo com um
único propósito. Matar pessoas. Sim, sou mais fã dos zumbis deformados, os
mortos vivos que comem cérebro, não essa nova versão que vem surgindo nos
últimos anos.
Zumbis x Unicórnios é uma antologias perfeita para quem
admira essas criaturas. As organizadores Holly Black (Team Unicorns) e Justine
Larbalestier (Team Zombies) defendem seus times com garras e inúmeros
argumentos fortíssimos. Essa antologia é composta por diversos contos sobre
zumbis e unicórnios e tem como propósito decidir qual deles é melhor (Pra
deixar claro, se for para escolher entre um e outro, prefiro os unicórnios).
“A mais alta justiça” é um conto do Team Unicórnio e foi
escrito por Garth Nix. Narra a jornada da princesa Jess, uma jovem de 15 anos
que está levando a mãe doente para realizar seu último desejo.
O conto é... legal. Não chega a ser aquele tipo de conto que
prende a sua atenção e depois fica na sua cabeça, mas é uma boa história.
Gostei da forma como a autora misturou as duas criaturas que são o centro da
antologia.
“Love Will Tear Us Apart” é um conto do Team Zumbi e foi
escrito por Alaya Dawn Johnson. Conta a história de Grayson, um adolescente que
viu sua vida mudar quando contraiu o príon, uma bactéria (ou vírus? Não
lembro...) que destruiu parte de seu cérebro e o deixou com uma vontade quase
incontrolável de se alimentar de pessoas. Mas tudo muda quando ele conhece
Jack. Um garoto que foi treinado desde pequeno para ser uma máquina de
destruição ambulante.
Não gostei desse conto. Admiro a iniciativa da autora de
recriar os zumbis, mas não, nunca, jamais tente me fazer aceitar o fato de que
os zumbis podem se apaixonar. Aceito vampiros que se apaixonam, pois na minha
opinião, vampiros são versões melhoradas dos humanos, mas zumbis não! Zumbis,
para mim, são como os de TWD, se arrastam e só pensam em comer cérebros (e
outros órgãos internos).
“Teste de pureza” é um conto do Team Unicórnio e foi escrito
por Naomi Novik . Alison está de ressaca, cochilando no Central Park quando é
acordada por um unicórnio que pede sua ajuda para salvar alguns filhotes de
unicórnio de um mago malvado que quer sacrificá-los para se tornar imortal.
Esse é o meu conto preferido da antologia. A autora nos
apresenta um unicórnio sarcástico e uma protagonista irônica, juntos eles criam
diálogos divertidos que fazem o leitor rir durante toda a história.
“Bunganvílias” é um conto do Team Zumbi e foi escrito por
Carrie Ryan. Nesse conto os zumbis são personagens paralelos temidos pela
protagonista. A história é dividida em “antes” e “depois”. Iza narra seus dias
pré e pós praga, como seu pai alcançou seu posto de governante da ilha em que
estão refugiados.
Até que gostei desse conto. A autora narra como era a vida
da protagonista antes e depois da praga que se espalhou pelo mundo. Só achei
que, para um conto, a autora enrolou muito na narrativa. A história é boa, mas
acho que poderia ter sido um pouco mais curta.
“Mil flores” é um conto do Team unicórnio e foi escrito por
Margo Lanagan. Não sei como falar desse conto sem dar spoilers. Temos um homem
que é acusado de um crime que não cometeu. Uma princesa que acaba presa e
isolada do mundo.
Achei esse conto um pouco confuso. Já tem alguns dias que eu
li e mesmo assim não entendi o que a autora queria. Não gostei por isso, não
entendi a história. Não entendi o que aconteceu nas poucas páginas.
“As crianças da revolução” é um conto do Team Zumbi e foi
escrito pela Maureen Johnson. Conta a história de uma garota que, iludida por
um rapaz por quem era apaixonada, acaba indo para Londres, em uma fazenda onde
tem que trabalhar como uma escrava para ter o que comer e onde dormir. Mas sua
sorte parece mudar quando uma oportunidade de emprego surge e com ela a
esperança de voltar para casa. Só que esse emprego pode ser mais estranho e
perigoso do que ela esperava.
Achei esse conto interessante. Gostei da ideia dos meus
queridos zumbis que matam pessoas serem os protagonistas desse conto. A autora
criou uma história instigante e intensa. Ela prende a atenção do leitor do começo ao
fim.
“O cuidado e a alimentação de seu filhote de unicórnio
assassino” é um conto do Team unicórnio e foi escrito por Diana Peterfreund.
Conta a história de Wen, uma garota que possui um dom estranho, ela sente a
presença e pode ler a mente dos unicórnios. Todos temem os unicórnios, pois no
conto da Diana eles são seres cruéis e assassinos. E tudo o que Wen acreditava
é posto em prova quando ela começa a criar um filhote de unicórnio.
Gostei desse conto. A ideia de unicórnio não serem fofinhos
e sim seres poderosos e assassinos foi genial. A autora nos apresenta um outro
lado dos seres de um chifre só. Porém, o final foi meio vago. Muitas pontas
ficaram soltas e queriam a autora tivesse amarrados elas antes de dar a
história por terminada.
“Inoculata” é um conto do Team Zumbi e foi escrito por Scott
Weterfeld. Conta a história de algumas crianças que vivem no mundo pós
apocalíptico. Tudo muda quando surge uma oportunidade de viver em meio aos
zumbis sem serem mortos e a esperança de sair do lugar onde estão presas a
quatro anos.
Achei a história interessante. No começo. O autor, assim
como Alaya Dawn Johnson, criou uma história de amor com zumbis. Mantenho uma
palavra de que o amor não cai bem nos zumbis. Não sei, prefiro os comedores de
cérebros. E o desenrolar dessa história não me surpreendeu nem um pouco.
“Princesa bonitinha” é um conto do Team Unicórnio e foi
escrito pela Meg Cabot. Conta a história de Liz. Como se descobrir que seu
namorado é um babaca que te traía não fosse o suficiente, no seu aniversário de
17 anos as coisas não saem bem como ela esperava. Sua mãe organiza uma festa
com o tema High School Musical (com direito a bolo com os rostos de Troy e
Gabriela) e ganha de presente um unicórnio.
Como era de se esperar o conto da Meg é completamente
diferente dos outros. Com sua escrita divertida, ela apresenta ao leitor uma
história moderna e cheia de momentos divertidos. Gostei desse conto também.
“Mãos geladas” é um conto do Team Zumbi e foi escrito pela
Cassandra Clare. Também é um conto de amor que envolve zumbis. Cassandra Clare
nos apresenta uma cidade amaldiçoada onde os mortos não ficam enterrados. Os
personagens principais são James e Adele. Eles eram um casal feliz e apaixonado
até James ser morto em um acidente de carro. Mas a história deles não acaba por
aí.
Mesmo indo contra tudo o que eu disse acima, até que gostei
desse conto. Os zumbis de Cassandra Clare não são os típicos zumbis que foram
infectados, eles são diferentes. É como um feitiço que não permite que os
mortos permaneçam mortos. Achei a ideia interessante.
“A terceira virgem” é um conto do Team Unicórnio e foi
escrito pela Kathleen Duey. Conta a história de um unicórnio que se considera
amaldiçoado por ter que vagar eternamente pela Terra. Um dia ele descobriu que podia curar pessoas, mas que no processo
ele podia tirar alguns anos de vida do doente. Ele acabou ficando viciado, o
que o deixava dividido entre o prazer que sentia quando tirar toda a vida de
uma pessoa e a dor que o consumia quando a sensação passava.
Esse é o único conto da antologia narrado pelo ponto de
vista do unicórnio. Gostei desse também. A autora mostra os pensamentos do
personagem. A angústia e a solidão. A curiosidade. O prazer de matar e a culpa
que vem depois. A autora nos apresenta uma história diferente, o que foi um ponto
positivo no meio de tanta história previsível.
“A noite do baile” é um conto do Team Zumbi e foi escrito
pela Libba Bray. Um conto de zumbis com zumbis de verdade. A história é sobre
uma cidade que foi destruída pela infecção. Os adultos foram mandados para o
deserto quando começaram a tentar comer seus filhos, e agora as crianças e
adolescentes tem que sobreviver sozinhos.
Achei o conto bom. Não foi memorável ou bom a ponto de
entrar em favoritos, mas gostei. A autora mostra como é um dia na vida de jovens
sobreviventes em meio ao apocalipse. A narração é detalhada o suficiente para o
leitor entender o que aconteceu e o que está acontecendo. Foi um bom final para
uma antologia que não alcançou minhas expectativas.
A ideia da antologia em si foi fantástica. Mas, como vocês
devem ter percebido, não foi bem o que eu esperava. Minhas expectativas eram
baixas em relação a esse livro, mas ainda assim não me agradou muito. Foi uma
leitura quase difícil, na verdade. Alguns contos eu li me arrastando. Outros até
que aproveitei a leitura.
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