[Resenha] A pirâmide vermelha, As crônicas dos Kane #1 - Rick Riordan

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Nome: A pirâmide vermelha
Autor (a): Rick Riordan
Nº de páginas: 445

Série: As crônicas dos Kane #1

Desde a morte de sua mãe, Carter e Sadie viveram perto de estranhos. Enquanto Sadie viveu com os avós, em Londres, seu irmão viajava pelo mundo com seu pai, o egiptólogo brilhante, Dr. Julius Kane.
Uma noite, o Dr. Kane traz os irmãos juntos para uma experiência de “pesquisa” no Museu Britânico, onde ele espera para acertar as coisas para sua família. Ao contrário, ele liberta o deus egípcio Set, que expulsa-lo ao esquecimento e forças das crianças a fugir para salvar suas vidas.
Logo, Sadie e Carter descobre que os deuses do Egito estão acordando e, o pior deles – Set – tem a sua visão sobre o Kanes. Para detê-lo, os irmãos embarcam em uma perigosa viagem em todo o mundo – uma busca que traz os cada vez mais perto da verdade sobre sua família e seus vínculos com uma ordem secreta que existiu desde o tempo dos faraós.












   Rick Riordan já é um velho conhecido no mundo literário. E está sempre surpreendendo os leitores com suas histórias mitológicas. Todo leitor que é fã de uma boa aventura já deve ou ter lido algum livro do autor, ou pelo menos ouvido fala algo a respeito. Uma característica predominante do Riordan é uma narração leve e engraçada (ele consegue esse feito até nos momentos mais tensos das tramas). 

   A pirâmide vermelha é um livro que eu já "conhecia" a um tempinho, mas ainda não tinha lido (por incrível que pareça ouvi primeiro falar dele que de Percy). Enfim, minhas apostas agora são altas em relação ao autor. Após doze livros lidos (e favoritados) as expectativas começam a aumentar. E junto com expectativas podem vir também as desilusões. Mas isso é uma coisa que não aconteceu comigo ao ler As crônicas dos Kane (graças aos deuses). Crie muitas expectativas em relação ao livro e ainda assim ele me surpreendeu bastante.

   No decorrer do livro é possível notar que Riordan usou a "mesma fórmula" de Percy nos Kane, mas as semelhanças entre as histórias são: a mitologia e alguns traços da personalidade dos personagens (que em alguns momentos se mostram semelhantes, mas sem igualdade), e acabam por aí. Aos poucos Carter e Sadie me conquistaram da mesma forma que Percy, Grover, Annabeth e todos os personagens da história narrada pelo semideus que ama comidas azuis.

   A pirâmide vermelha conta com uma for diferente de narrativa. E não me refiro somente ao fato de ser narrado tanto por Sadie, quanto por Carter. Mas a forma como a narração é apresentada ao leitor pelo autor. Isso pode ser notado pelo aviso que é dado como introdução do livro:

"O que você vai ler neste livro é a transcrição de um registro digital. Em certos pontos, qualidade de áudio era ruim, por isso algumas palavras e frases representam o melhor palpite do autor. Sempre que possível, ilustrações e símbolos importantes mencionados na gravação foram adicionadas. Ruídos de fundo, como os xingamentos, agressões e tabefes entre os dois locutores, não foram transcritos. O autor não assegura a autenticidade do registro. Parece impossível que seja verdade o que dizem os jovens narradores, mas você, leitor, deverá decidir por si."

   As personalidades dos personagens principais também tornam a história bem mais interessante. O leitor pode notar uma certa "troca de papéis" nesse quesito. Normalmente os garotos são os "badboys" e as garotas são as mocinhas comportadas, etc. Mas aqui é ao contrário, Sadie tem um estilo bem "badgirl", com coturnos de couro preto e atitudes agressivas, enquanto Carter é mais comportado, por assim dizer, e se veste de maneira mais formal. Essa diferença óbvia de personalidade torna a narração mais dinâmica, pois cada um possui um ponto de vista diferente sobre os acontecimentos.

   Os irmãos Kane cresceram separados. Após a morte de sua mãe, a qual não possuem muitas informações e ao que parece ninguém quer falar a respeito, Sadie foi morar em Londres com os avós, que ganharam sua guarda na justiça, e Carter ficou com o pai, Julius Kane, que devido a profissão de Egiptólogo, viaja o mundo estudando tudo que encontra sobre o Egito e visitando museus. 

    Essa separação deixou marcas nos dois, só que de maneiras diferentes. Carter inveja o fato de Sadie ter crescido em uma casa, frequentado uma escola, ter amigos fixos e coisas todo tipo. Já Sadie acha o contrário, ela sente falta do pai (já que só pode vê-lo duas vezes ao ano, devido as suas viagens) e inveja Carter por ele ter crescido com o pai, viajando o mundo e estudando em casa, ela sente-se deixada de lado. Excluída.

   Na véspera do natal, Carter e Julius vão fazer uma visita a Sadie. Mas o que era para ser mais um dos raros encontros anuais entre pai e filha (e irmão) acaba se tornando um desastre sem escalas. Em uma visita ao British Museum, Carter e Sadie presenciam seu pai praticamente explodir a pedra de Rosetta e ser trancado em um sarcófago que é engolido pela terra. 

   Esse evento acaba desencadeando outra série de eventos. Eles acabam descobrindo que seu pai libertou 5 deuses do Egito ao explodir a pedra, entre eles Set, que deseja transformar a America do Norte em deserto e assim criar um lugar que ele possa governar. Em meio a tudo isso eles ainda descobrem que a ligação deles com o Egito vai muito além de ter um pai Egiptólogo.

   Apesar de seguir o "padrão mitológico" que se tornou típico de Rick Riordan, a história é completamente diferente. Os personagens me cativaram da mesma forma que os de Percy. O livro todo é uma introdução a uma série que promete ser tão fantástica quanto a de Jackson. 

   Um dos pontos mais positivos que posso atribuir a esse livro é que em momento algum ele se torna cansativo. Existem muitas explicações sobre a mitologia Egípcia (o que eu achei incrível pois não conhecia muito a respeito), todos os eventos são mesclados com cenas de humor, que são típicas das narrativas do Riordan. 

   Outra coisa que achei interessante em A pirâmide vermelha, é que a trama que inicia o livro, termina neste mesmo livro. E ela acaba se tornando uma introdução para uma trama ainda maior e mais empolgante.

Avaliação: 

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