Entrevista Louise Branquinho

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1-Vamos começar com uma pergunta “complicada”. Você se lembra do primeiro livro que leu na vida?

Extremamente complicada! (risos). Eu sempre li muito desde pequena, basicamente nasci rodeada de livros (influência dos pais), então leio desde sempre, mas o livro que realmente me fez engajar nessa vida de leitora assídua foi Crepúsculo, da Stephenie Meyer.

2-Quando foi que você percebeu que queria ser uma escritora?

Por volta dos 14 anos, eu comecei a escrever textos e organizar meus pensamentos em blogs e tumblr (apesar de gostar de escrever desde sempre), e escrever um livro sempre foi um sonho, mas algo que eu começava e abandonava, até que eu resolvi focar de verdade por volta dos 16 anos e não larguei mais.

3-Para onde vão os corações partidos? é o seu primeiro livro. Poderia nos contar um pouco mais sobre ele?

POVOCP, como gosto de resumir, foi um livro escrito na época de colégio pensando em mostrar para as pessoas a vida de uma normalista, algo que é difícil ver por aí. Ele é um romance fofo, que gira em torno de uma menina, Nicole, que é apaixonada por seu melhor amigo, Gabriel, mas que de um dia pelo outro perde sua amizade sem saber o motivo, então ela tenta viver com isso, superar, mas ao mesmo tempo, tenta descobrir o que de fato aconteceu para esse afastamento ter acontecido.

Esse livro é o verdadeiro livro escrito por uma adolescente sobre adolescentes, então a identificação dos leitores com os personagens é comum e é algo que eu procurei realmente fazer, para mostrar que eu também sei o que cada um passa. Além de ter músicas da One Direction começando os capítulos, o que é um bônus se a pessoa é fã da banda, mas que não influencia na história caso a pessoa não seja. Enfim, é bem fofo! (risos)

4- A primeira pétala parece ser “mais adulto” em comparação com Para onde vão os corações partidos? quais temas/situações você aborda nele? Tem algum assunto mais delicado ao longo das páginas?

Sim, ele é realmente mais adulto, foram basicamente três anos de diferença entre a escrita de POVOCP e A Primeira Pétala, então é claro que isso pesa na escrita.

Ele é um romance baseado em A Bela e a Fera – meu conto preferido –, mas, diferente do conto, não tem nada mágico nele. Eu quis mostrar também algo que não é tão abordado em romances assim, que é o fato de ter gente do exército brasileiro enfrentando batalhas, o que ocorre, por mais que não vejamos muito na mídia. Além disso, trouxe para esse livro desafios da vida, como uma jovem de 19 anos que tem que cuidar de uma criança de 6 anos graças a certo acontecimento, o que não era esperado por ela. E, com influência causada por esse acontecimento, vê sua vida mudando radicalmente.

Esse livro é realmente meu xodó. E nem percebi, mas acho que falei de muitos casos delicados acima! (risos) Eu sempre tento trazer algo delicado nos meus livros, mas de forma leve e compreensível para todos, como em POVOCP, que tem uma personagem que possui uma síndrome não muito conhecida, mas que vale à pena ser apresentada.

5-Você está trabalhando em mais algum projeto?

A Primeira Pétala tem continuação, e já tenho ideias de que rumo tomar, então é um processo que está em construção. Também estou com ideia de um livro de fantasia, que cheguei a começar, mas ainda não sei como direcionar! – Espero saber em breve.

6-Se pudesse escolher um escritor (a) para uma parceria, quem escolheria? E qual seria o tema do livro?

Danda Batista, com certeza. Ela é minha melhor amiga e parceira de vida, então, claramente seria a pessoa ideal para uma parceria. Nossa, a gente já pensou em algumas coisas, inclusive um livro de suspense, mas ainda não levamos nada para frente. Quem sabe um dia?

7-Como é a criação dos seus personagens? Você coloca um pouco de você ou de pessoas que conhece?

Em POVOCP, basicamente usei pessoas que conheço. Misturei três pessoas em um único personagem, outras vezes deixei bem claro que era alguém conhecido mesmo, inclusive, as pessoas sabem que são elas. Não usei exatamente a minha pessoa, mas aproveitei alguns pequenos fatos da minha vida, mas nada que influenciasse a história principal.

Em A Primeira Pétala não, eu realmente criei os personagens, pensei em como seria uma Bela e uma Fera nos dias atuais, botei um pouco de humor e por aí vai, mas alguns nomes foram baseados em amigos (prometo que só os nomes).

Mas acredito que, por mais que queiramos nos distanciar de nossa realidade, sempre trazemos algo da nossa vida pessoal para o que escrevemos, o livro é parte da gente, então, a influência acontece frequentemente, mesmo que nem sempre seja algo perceptível.

8-Quais conselhos você daria para quem sonha em ser escritor?

Já me pediram conselhos algumas vezes, mas eu acho que quem realmente quer ser escritor, sabe o que fazer. É um dom, não é algo que a gente vá aprender num tutorial de YouTube, podemos assistir mil vídeos e lermos mil livros, o que pode nos aperfeiçoar como escritores, mas não pode nos tornar escritores. Ou seja, se não tivermos uma história, a imaginação solta e certo dom, como eu já disse anteriormente, fica complicado.

Escrever não é algo que se deve fazer pensando em dinheiro, é algo que fazemos por amor. Você ama escrever? Então torne seu sonho realidade! E, se precisar, me chama que eu vou! (risos).

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